Depois de dois anos sem a tradicional festa de carnaval devido à pandemia do coronavírus, muitos foliões estão ansiosos para voltar a curtir os bloquinhos, os bailes de carnaval, os shows, os desfiles das escolas de samba, mas a empolgação não é motivo para deixar a prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) de lado. Atualmente, existem diversas formas de evitar as ISTs, especialmente o HIV, entre elas: a testagem, o uso de preservativos, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a realização de tratamento adequado.
A médica infectologista e gerente de IST, HIV/Aids e doenças infecciosas crônicas, Regina Valim, esclarece que a transmissão do HIV ainda preocupa bastante, por ser uma infecção que não tem cura, mas existem outras infecções bastante comuns que são igualmente prejudiciais à saúde e podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, como a herpes genital, sífilis, gonorreia, HPV, além das hepatites virais B e C.
“Todas as formas de prevenção, testagem e tratamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis podem ser encontradas gratuitamente na rede pública de saúde. Então, a gente reforça, especialmente neste período de Carnaval, a importância de fazer o uso destes métodos para evitar uma IST”, ressalta a gerente.
No ano de 2022, o estado de Santa Catarina teve 1.721 novos casos de infecção por HIV confirmados e 943 novos casos de Aids. Com relação à Sífilis foram confirmados 13.319 novos casos em 2022.
Para garantir uma festa segura em todo o estado, a Secretaria de Saúde fez a distribuição para os municípios catarinenses de 871.200 camisinhas masculinas, 15.600 femininas e 168.800 unidades de gel lubrificante no mês de janeiro e mais 1.202.600 unidades de camisinhas masculinas, 27.600 femininas e 168.800 de gel lubrificante agora no mês de fevereiro. Os preservativos são recomendados em todas as relações sexuais e podem ser retirados gratuitamente nas unidades de saúde.
Métodos de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde
O uso da camisinha masculina ou feminina em todas as relações sexuais é o método mais acessível e eficaz para evitar a transmissão das ISTs, além de uma gravidez não planejada. Além deste método, existem outros que podem ser utilizados de forma simultânea, a chamada prevenção combinada.
Entre os métodos que podem ser combinados estão: a testagem, o tratamento, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP).
- Testagem: os testes para ISTs devem ser realizados regularmente e sempre que houver uma situação de possível exposição, como uma relação sem uso de preservativo, por exemplo. Existem dois tipos de testes: os laboratoriais e os testes rápidos. Os testes rápidos são testes de fácil execução, ficam prontos em até 30 minutos e podem ser realizados, de graça, em unidades básicas de saúde. O diagnóstico precoce é essencial para dar início ao tratamento o quanto antes e controlar a transmissão.
- PreP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV): é um método de prevenção que consiste na ingestão diária de um comprimido que impede que o vírus infecte o organismo antes mesmo da pessoa ter contato com o vírus. É indicado para pessoas que tenham mais chance de entrar em contato com o HIV.
- PEP (Profilaxia Pós-Exposição): medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV que consiste no uso de medicamentos, após uma possível exposição ao vírus, para reduzir o risco de infecção. Deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente, nas primeiras duas horas após a exposição e no máximo em até 72 horas. A duração da PEP é de 28 dias e a pessoa deve ser acompanhada pela equipe de saúde.
- Tratamento: a infecção pelo HIV não tem cura, mas pode ser controlada com a ingestão de medicamentos antirretrovirais, o chamado coquetel. Os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS. Pessoas que aderem e realizam o tratamento adequadamente mantêm a carga viral indetectável e, após seis meses, não transmitem mais o vírus por via sexual. Outras infecções como a sífilis, por exemplo, tem cura se o tratamento for realizado adequadamente.
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Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
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