Novas ações de prevenção à varíola dos macacos foram apresentadas em reunião na tarde desta sexta-feira, 12. O superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, anunciou um plano de contingência para prevenir aumentos de casos no estado. Foram definidos três níveis de resposta, sendo que cada um é baseado na avaliação do risco da doença afetar Santa Catarina e seu impacto para a saúde pública.
O primeiro nível corresponde a uma situação em que o risco é mais ameno, onde a resposta será feita por órgãos e instituições mais relacionados com a competência de detectar, investigar, manejar e notificar casos potencialmente suspeitos. No segundo nível, quando há confirmação de casos e o risco de epidemia é significativo, prevê-se a alocação de recursos adicionais e o apoio complementar da esfera estadual. Enquanto no nível três, quando há transmissão local ou reconhecimento de declaração de emergência, a Secretaria da Saúde planeja atuar em duas fases imediatas: contenção e mitigação. É considerada transmissão comunitária quando não é mais possível identificar a origem da infecção.
O plano visa principalmente oferecer condições para identificação precoce da doença, evitando o alastramento nos públicos mais vulneráveis, que são crianças, gestantes e imunocomprometidos.
"Esse plano aponta para uma gestão harmoniosa com regras claras para cada esfera e construção de referências internas", assinala o superintendente de vigilância em saúde, Eduardo Macário.
Até o dia 12 de agosto foram notificados 208 casos suspeitos da doença em Santa Catarina, dos quais 22 foram confirmados, 40 foram descartados e 146 estão em investigação. A maior parte dos confirmados diz respeito a homens entre 25 a 50 anos de idade. Desse total, quatro casos precisaram ser hospitalizados, enquanto os demais tiveram atendimento ambulatorial, mantendo o isolamento domiciliar até a remissão total dos sintomas. Nenhuma morte foi registrada até o momento.
Para evitar o impacto que a demanda por atendimento de casos suspeitos da varíola possam causar na porta de entrada das unidades de saúde, haverá necessidade de planejamento de demanda, elaboração de fluxos, referência e contra referência para casos moderados ou graves.
A doença
A varíola dos macacos é uma doença causada pelo vírus monkeypox, descoberto em 1958. A transmissão se dá, principalmente, por contato próximo, pessoal, muitas vezes pele a pele, como: contato direto com erupção cutânea, feridas ou crostas das lesões; contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram usadas por alguém com a infecção; através de gotículas respiratórias ou fluidos orais de uma pessoa infectada.
No início, sintomas como dor de cabeça, febre, calafrios, dor de garganta, mal-estar, fadiga e aumentos nos linfonodos podem ocorrer. Logo depois vêm as erupções cutâneas que costumam iniciar no rosto e se espalhar para as demais partes do corpo.
O período de incubação é de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias e os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas.
Vacinação e outras formas de prevenção
No momento, no Brasil, não há vacina contra a Varíola dos Macacos disponível, porém o Ministério da Saúde avalia a incorporação em situações específicas para públicos mais vulneráveis e para bloqueios de transmissão.
Com relação a outras formas de prevenção, como a transmissão ocorre por gotículas respiratórias e contato próximo, medidas gerais como o uso de máscara, evitar ambientes fechados e com aglomerações e a higiene frequente das mãos, ajudam no controle da doença.
Quase 50 mil crianças e adolescentes foram vacinados na primeira semana das Campanhas de Multivacinação e vacinação contra a Poliomielite
Um total de 47.814 crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos tiveram a Caderneta de Vacinação atualizada na primeira semana das Campanhas de Multivacinação e Vacinação contra a Poliomielite que começaram no dia 8 de agosto. Deste total, as crianças menores de um ano e com um ano de idade foram as mais vacinadas, com um total de 17.210 doses aplicadas. As Campanhas ocorrem simultaneamente em todos os municípios catarinenses até o dia 9 de setembro. O Dia D, sábado de mobilização nacional, é dia 20 de agosto.
“O resultado da primeira semana das Campanhas foi bem positivo. Conseguimos alcançar um bom número de crianças abaixo de um ano e com um ano de idade, que é a faixa etária na qual a maior parte das vacinas deve ser aplicada, e conseguimos também resgatar muitas crianças e adolescentes que estavam com o esquema incompleto”, destaca o diretor da DIVE, João Augusto Brancher Fuck.
A gerente de imunização da DIVE/SC, Arieli Fialho, ressalta que é de extrema importância concluir os esquemas vacinais também das vacinas de rotina, aquelas do Calendário Nacional de Vacinação, para garantir a imunidade de crianças e adolescentes contra diversas doenças imunopreveníveis. “É o caso da vacina contra a Poliomielite, por exemplo, a criança deve tomar a primeira dose aos dois meses; a segunda, aos quatro meses; e a terceira, aos seis meses. Depois, existem os reforços aos 15 meses e aos quatro anos. Somente com o esquema vacinal completo, a criança estará protegida”, explica a gerente.
Os dados da primeira semana da Campanha de Multivacinação, com o desempenho de cada município catarinense, podem ser consultados no Painel de Vacinação divulgado nesta segunda, 15, pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina (abaixo).
Para consultar em tempo real os dados da Campanha de Vacinação contra a Poliomielite, acesse “Campanhas de Vacinação”, no LocalizaSUS, site do Ministério da Saúde.
As Campanhas
Ocorre simultaneamente em todos os municípios catarinenses entre os dias 8 de agosto e 9 de setembro, as Campanhas de Vacinação contra a Poliomielite e a de Multivacinação para atualização da Caderneta de Vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos.
Na Campanha de Vacinação contra a Poliomielite, a indicação é vacinar, de forma indiscriminada, crianças de 1 ano a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias) com a Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico. Para crianças menores de um ano, a vacinação deve ser feita conforme a situação vacinal encontrada para o esquema primário, 1ª dose aos 2 meses, 2ª dose aos 4 meses e 3ª dose aos 6 meses, com a vacina VIP. O público estimado é de 488.948 crianças na faixa etária de 0 a 4 anos.
Já na Campanha de Multivacinação serão oferecidas para crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação. São 17 tipos que protegem contra mais de 20 doenças como, por exemplo, febre amarela, sarampo, meningite, caxumba, rubeóla, tétano, coqueluche. Nesta Campanha, as doses são recomendadas para todos aqueles que, por algum motivo, deixaram de tomar as vacinas ou estão com esquemas vacinais incompletos. Importante ressaltar que a cobertura vacinal desejada é de 95% para quase todas as vacinas, exceto para a do rotavírus e a BCG, que é de 90%.
Durante o período de realização das Campanhas, crianças e adolescentes também poderão ser vacinados contra a Covid-19. Segundo orientação do Ministério da Saúde, não existe mais a necessidade de aguardar o intervalo de 15 dias para aplicação da vacina contra a Covid-19 e demais doses do Calendário Nacional de Vacinação em crianças a partir dos 3 anos de idade. Sendo assim, as doses podem ser tomadas de forma simultânea ou com qualquer intervalo.
Em caso de dúvidas sobre a situação vacinal da criança ou do adolescente, a recomendação é procurar um posto de vacinação.
Vacinas ofertadas durante as Campanhas de Poliomielite e Multivacinação:
As vacinas que serão oferecidas durante as Campanhas são as que fazem parte do Calendário Básico de Vacinação da Criança e do Adolescente:
VIP - Vacina inativada contra a poliomielite
VOP - Vacina oral contra a poliomielite
Febre amarela
Tríplice Viral (sarampo, caxumba e rubéola)
dTpa (difteria e tétano adulto)
Difteria e tétano adulto
Meningocócica ACWY (doença meningocócica ACWY)
HPV quadrivalente (HPV tipos 6, 11, 16 e 18)
BCG (formas graves de tuberculose)
Hepatite B
Pentavalente (tétano, difteria, coqueluche, Haemophilus influenzae b e hepatite b)
Rotavírus (diarréia por rotavírus)
Pneumocócica 10 (doença pneumocócica invasiva para os 10 sorotipos)
Meningocócica C (doença meningocócica C)
DTP (difteria, tétano e coqueluche)
Hepatite A
Varicela (catapora)
(informações entre julho e outro de 2022)
Informações adicionais para a imprensa:
Amanda Mariano / Bruna Matos / Patrícia Pozzo
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