Durante o verão, período mais quente e mais chuvoso do ano, aumenta o número de acidentes com animais peçonhentos, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Isso porque o aumento de temperatura favorece a reprodução destes animais. Por isso, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC) orienta a população em relação à prevenção de acidentes.
Além disso, em regiões onde há registro de enchentes também há mais riscos desses acidentes acontecerem. “Nesse caso, os animais são obrigados a deixar seus habitats em busca de um novo local e acabam se refugiando, muitas vezes, dentro das casas”, alerta Maevi Ottonelli, bióloga da Gerência de Vigilância de Zoonoses da DIVE/SC.
Em Santa Catarina, na temporada de verão de 2019 (entre os meses de dezembro de 2019 a março de 2020), foram notificados 3.660 acidentes por animais peçonhentos, o que representa 56,3% do total notificado entre dezembro/2019 a dezembro/2020. Desse total, 66,5% foram causados por aranhas; seguidos pelos acidentes por abelhas (10,7%), serpentes (10%), escorpiões (4,1%) e por lagartas (3,2%). No ano de 2020, o estado registrou 6.466 acidentes.
No caso de picadas ou mordeduras, a vítima deve procurar atendimento médico no serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas após a ocorrência. A referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos no estado é o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (CIATox/SC), com funcionamento 24 horas, pelo telefone 0800 643 5252.
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES
• Manter a vítima calma e deitada;
• Tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou, se
possível, abaixo dele;
• Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
• Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão;
• Cobrir com um pano limpo;
• Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear
(apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;
• Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para
receber o tratamento necessário; e
• Se for possível levar o animal para que seja identificado, ou
fotografe e leve o maior número de informações sobre o animal causador
do acidente para que a vítima receba o soro antiveneno específico.
ACIDENTES POR ÁGUAS VIVAS.
• Não se deve tocar em águas-vivas e caravelas, mesmo que pareçam mortas
na areia.
• Em caso de queimaduras, deve-se lavar o local apenas com a água do mar
e não esfregar a região atingida.
• Procure um posto de salva-vidas para colocar vinagre e neutralizar a
ação da toxina.
• Não lavar com água doce e nenhuma outra substância, como bebida
alcoólica ou urina.
O QUE NÃO FAZER
• Não fazer torniquete - isso impede a circulação do sangue e pode
causar gangrena ou necrose local;
• Não cortar o local da ferida, para fazer 'sangria'; e
• Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, pois poderá
provocar infecção.
COMO EVITAR ACIDENTES
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de
materiais de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais, limpeza
de jardins, quintais e terrenos, etc.;
• Observar com atenção os locais de trabalho e de passagem;
• Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e pedras
(utilizar ferramenta);
• Evitar aproximação de vegetação rasteira ao amanhecer e ao anoitecer
(período de maior atividade de serpentes);
• Não mexer em colmeias e vespeiros (contatar autoridade local);
• Inspecionar antes do uso roupas, calçados, roupas de cama e banho,
panos, tapetes, e afastar camas das paredes;
• Não depositar lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações;
• Evitar que plantas e folhagens se encostem nas casas;
• Fazer controle de roedores (servem de alimento para serpentes);
• Evitar acampar em áreas onde é sabido que há roedores e serpentes;
• Evite piquenique às margens de rios, lagos e lagoas, e evite
encostar-se a barrancos durante pescarias;
• Limpar regularmente e com EPIs móveis, cortinas, quadros, paredes e
terrenos baldios;
• Vedar frestas, buracos, portas, janelas e ralos;
• Manter limpos jardins, quintais, paióis e celeiros;
• Combater insetos (especialmente baratas que servem de alimento para
escorpiões e aranhas); e
• Preservar predadores naturais dos animais peçonhentos.
COMO EVITAR ACIDENTES COM ANIMAIS DOMÉSTICOS
•Ao acampar e/ou fazer trilhas não leve animais de estimação/domésticos,
os animais domésticos principalmente os cães, além de ser uma ameaça à
fauna silvestre e nativa são animais que tendem a explorar a mata e,
portanto estão bastante expostos a picadas, mordeduras, arranhaduras ou
ferroadas.
•Caso resida próximo à mata atente-se para possíveis acidentes com
animais domésticos.
•No caso de acidente com o animal doméstico contate imediatamente o
veterinário, se for possível leve o animal peçonhento, ou fotografe e
leve o maior número de informações sobre o animal causador do acidente
para que a vítima receba o soro antiveneno específico, caso esteja
disponível.